à essa tal de solidão
Ela nunca gostou de mim
E nunca me deu um presente de aniversário
Insiste em montar em minhas costas
E me fazer de seu cavalo-de-pau
Queria poder mandar pro inferno
essa maldita solidão
Ela é feia, suja e imbecil
Não sabe nem cantar canções de ninar
Como um chiclete sem sabor preso nos dentes
Cáries perfurando e sangrando o coração
Queria, mas não sei
como dizer "tchau" pra solidão
Câncer destruidor no peito
Em metástase, impossível remove-lo mais, só matando o hospedeiro