No fechar das cortinas de 2018

O ano se encerra, menos um na vida, no mundo e mais perto do retorno do Rei
Ano de notícias tão confusas, muitas verdadeiras mentiras
O sangue subiu nos olhos, todos se cortaram mutuamente dos dois lados da mesma moeda
E no final o filme é o mesmo, só mudaram os atores - e talvez a atuação agora seja mais porca até
Quem viver, verão...

Já diria e cantaria o poeta Bruce Cocknurn, aquele mesmo que Bono Vox tanto admira
"Somos amantes em tempos perigosos"
Amar é coisa pra fortes no fogo cruzado e balas perdidas das ideologias cegas
Ou balas mais certeiras do que as que matam vereadoras, facas que quase matam candidatos
As ferinas palavras e atitudes humanas são mais letais do que a liberação armamentista

Por isso faço questão de enquanto há fôlego em meu viver gritarei o amor que sinto
Por Deus, minha família, minha amada Vanessa e tudo o que vale a pena amar
Não importa se é perigoso ou não, eu continuarei no amor
E tomara que meu poema chegue bem longe pra quiçá quem ler tenha coragem
de depor as armas de seu coração e o reservar somente para o amor morar

Asteroide do teu Sol

Fico pensando no pobre Plutão
Solitário e ainda por cima rebaixado
Um dia ao menos já foi planeta
Agora nunca mais será nada além de uma nota de rodapé do que um dia fora

E assim eu era sem você, meu bem, meu caminho e órbita a circular
Sem você eu me sentia menos que um nada, um resto de um corpo celeste errante no vácuo do viver
E apesar de você constantemente chacoalhar a elipse que percorro em torno de ti, meu sol
No final de tudo a gente sempre entra com nossas estações do ano nos eixos

A vida que emana de ti é o guia de meu pequenino planeta
Pra que meu mundinho nunca perca a tua luz
Eu não pretendo perder o rumo que mantém minha biosfera viva
Nem deixar se apagar como numa nebulosa radioativa o calor que dá vida aos meus versos

Vanessa annabella

Nesse amarronzado de tu'asas, bela
Eu voarei contigo, vanessa annabella
Tô preso no teu bater de asas, oh ieiê
O teu gosto é a única coisa que me resta, oh iaiá
(Como era mesmo que dizia aquela canção do Arrigo?)
Teu beijo me deixa com um gosto...
"Coisa estranha... meio amargo do futuuuuuuuuuuuro...
SABOR DE VENENO!"
Me envenenou e capturou pra me carregar pro seu planeta, pro seu mundo particular
Agora me carrega em tu'asas até chegar no aeroporto do teu coração
Levando as chaves do meu contigo pra nunca mais me libertar, oh ieiê
Cê fez o que comigo que eu não desgrudo de teu mel labial, oh iaiá?

E eu flutuei... flutuei para perto de você, longe de tudo ao meu redor, longe de todo o resto

Vanessa annabella, minha bela

Borboleta Almirante Vermelho (Vanessa atalanta)

Se eu durar muito nesse mundo
Com essa vida sleaze que morro eu
Eu agradecerei muito a Deus por me poupar
Dos diabos em que eu me meti voluntariamente
E também agradecerei à culpada de eu insistir em viver
Aquela de olhos verde-mel que me revigoram

Eu acordo com um pouco de paz
Daí olho pros céus e vejo o realizador dos sonhos, ainda que seja Ele invisível
E leio uma palavra de meu presente divino para mim, um conforto a mais
e assim o que era uma morte em vida ressurge como fênix
E me dá mais vontade de beijar os lábios de quem me dá vontade de respirar e caminhar
Meu bem, que me faz voar como a borboleta que ela é

Minha almirante vermelho que me guia pelos mares da vida
Minha borboleta almirante que me guia pelos ares da vida
Vanessa atalanta

Trilhas Sonoras Psicodélicas Sabor Tutti-Frutti

Essa sociedade parece que tô ouvindo Clara Crocodilo toda hora
Arrigo Barnabé profeta de 1980 pra 2019 quiçá
Faltando um pouco de nada pro drive-in explodir
Não num orgasmo total de diversões eletrônicas, mas do caos social

Um passo precipício parece a sociedade na trilha sonora de Ou Não
Walter Franco profeta de 1973 pra 2019 vai saber
Não duvido que esse teto um dia caia
Pela mixturação do fundo do poço do pátio dos loucos desse mundo

A peleja do diabo com o dono do céu é a sociedade atual em alto-falantes
Zé Ramalho profeta de 1980 pra cá e lá de 2019
Não admireis os gados novos que seguem ao abismo
À beira-mar é além muito além do que quero chegar, Taxi Boy

O mundo anda tão Fora da Grei que só ouço esse som nas ruas
Rogério Skylab profeta de 1992 pro estampido de 2019
No para-choque não tem mais blues e sim batidas violentas
Das voláteis palavras de alguém com uma ideia na mão e um violão vagabundo na cabeça

Teamotu, só me saem essas palavras nesse mundo quando te vejo
Vanessa Dantas profetisa de 1999 pro resto da minha vida
Os sons psicodélicos que ouço lá fora nem se comparam à explosão
Que teu olhar causa no meu coração em turundundum ao cruzar o meu, poeta amante teu

Endereço Nós Dois

Segue direita, segue esquerda
direita esquerda direita esquerda direita esquerda
E ninguém vai pra frente
Só os que nos tentam botar prá trás

Minha direção é pro alto e não pra baixo
Já basta o mundo tentando nos deixar lá no mesmo canto deles, rente ao chão
Mas os céus serão nossa mansão
Minha missão é sair do estado estático de cima do muro e transpor as muralhas a frente

Eu sigo o rumo do Rei do Universo, quem vem lá comigo?
Vam'nessa, meu bem!
Não olhemos os atalhos dos que não tem rumo nenhum nem pra eles mesmos
Nenhuma direção ou sentido faz tanto sentido pra nós que correndo pros braços meus e teus

"Para Mim Mesmo" (2005, vários poemas)

João Dias Ferreira Netto “Johnny” – “Para Mim Mesmo”(2005)

Coletânea dos melhores poemas do ano

(Essa coletânea eu fiz em 2005 com alguns bons poemas que eu tinha à época, no intuito de participar de um coletivo poético de Floresta, mas nunca tive sucesso nessa empreitada. Fato curioso é que são poemas que nem eu imaginava que ainda tinha guardado em algum canto. Então ei-los para vocês verem um pouco dos meus primeiros anos)

No Ônibus

Não temo o meu destino aqui

Vejo no sinal a honesta venda pirata

Os cabeleireiros que nunca freqüento (aria)

E outros reciclam pela sobrevivência própria

Flores belas

A casa 835 da Rua do Espinheiro

É dos Ferreira, como eu

Qual o limite entre o riacho e o canal?

Crescem os prédios como a Águia da Encruzilhada

Pretendemos ainda voar sem avião

Ainda ignoramos o piercing só pela dor

Nós fingimos usar a revolução

Na Avenida Beberibe muitos usam armas

Queremos ainda amar

... (Reticências)

...

Ave Cezar!

Veneremos mais uma vez

Todos os sonhos cuspidos ao vento

A ordem é ríspida: Cale a boca!

Mas ainda somos perturbadores

Não somos mudos mas somos moucos

O sangue contaminado caiu em todos nós

E ainda queremos opinar!!!

Com qual opinião o viciado

Justificaria o seu vício de beber e viver?

Trancam gracinhas na mente

“E que se ferre o mundo!”

Seremos nós animais selvagens

Sem saberem nos domesticar

Liberdade é bom, libertiná-la não

Mas ainda somos perturbados

Não somos cegos, mas somos ignorantes

E ninguém vai realmente me ler

...

Solistício

 

Sol tão sol / só teu sol / de teus olhos/ me alumiam/ tesourial

Rabisco

Mesmo sem te saber/ acho que te preciso

Subtraí tanto da vida/ como a luz passeia no olhar

Eu rabisco você/ tua magia não me transformou

Quem me prendeu sabia/ que talvez eu não quisesse me soltar

Tua chuva, Oh, Céu/ hoje veio me abraçar

Quero que lembres/ que não devemos confiar em todos

E em meu rosto/ teu ósculo me aliviar

Você (tão Você)

Você eu não consigo tirar

Você é tão linda

Me parece um anjo

Aquele que conhecemos como uma criança

E você parece um bebê tão lindo

Você eu queria que me fosse irmã

E você pode ser minha irmã sim

E você eu gosto tanto

Você eu me espelho e gosto de mim

Porque eu gosto tanto de você

Você é tão legal, minha amiga

Sem nenhuma contradição

Porque você gosta tanto de eu

Mistificação

Você me persegue

Mesmo sem nem saber você

Eu acho que te amo

Mesmo sem nem saber eu

Eu não sei mais andar na estrada

Eu perdi o mapa da minha casa

Sumi meus olhos, não tou a fim de estudar gramática

Que norma vai me salvar?

Violet Carson

Num jardim de ervas daninhas
Onde raras são as rosas
E inda mais as violet carson
Saber que te encontrei é tão bom

Pois que ao meu redor cultivam morte
E outros cardos e espinheiros bravos
Que sufocam a vida e trazem caos
Ideologias e humanos maus

Vi veri veniversum vivus vici
E teu cheiro será o perfume da conquista
No nosso paraíso particular
Onde os males de fora não poderão macular

E se ao acaso intentarem adentrar
Gritarei meu V for vendetta, V de vingança
Expulsarei o caos ideológico vão pela beleza
Pelo V de vitória, pelo V de Vanessa

Para Teus 19 Anos

O poeta está cansado desse sistema
Que tanto machuca e amarrota suas poesias
E as enfiam em bolsos furados

O poeta anseia por teus braços
Você que a exatos 19 anos apareceu
Pra bagunçar a ordem dos muros que um dia construi por medo de sentir novamente o amor
E arrumar a bagunça que o sistema desse mundo deixou dentro do meu coração

Só Deus pra criar alguém tão perfeitamente feita pra mim
E minha alegria é saber que é você e que você também me ama
Obrigado todo santo dia

E em meio a esse mundo tão perdido quando o assunto é o amor
Eu estou perdido de amor por você
Meu maior presente é você, meu bebê
E esses versos passam longe de serem um presente digno de tua existência
No que Deus me permitir, te darei muito mais

Não sei se o céu, como o Roberto Carlos promete pra amada dele
Mas o meu amor, meu bem, pode ter certeza, esse terás sim, forever and ever

Loucura Completa

Uma loucura completa
É perceber-me de qualquer forma que seja
Que estou perdendo contato com você
Não quero isso jamais

A palavra que me causa temor é um adeus
Proveniente dos lábios teus
Minha respiração vira um tormento
E minha canção, um lamento

Cada vez que eu te firo é uma facada mortal contra mim mesmo
Pois que as consequências me apunhalam cruelmente
Me perdoa e me traz de volta pros braços seus

Não deixa meus versos e meu coração ficarem a esmo
Traz-me de volta o teu amor, o teu amor somente
Nos amemos pra sempre, pelo amor de Deus

(In)justiça

A vida é muito curta pra perdê-la com o ódio
Gratuito ou não, custa caro pra desperdiçar o fôlego com ele
Mas falamos de amor tão bem que nem parece que é tudo mentira
Se você pensa diferente logo você está errado e aí de você se reclamar ou tentar se defender

Superior Tribunal de Injustiça social
Falar o que pensa virou banal, irreal
A gente parece crianças com línguas de sogra e chapeuzinho de aniversário
Esperando a fatia de bolo estragada

"Esse sistema é um vampiro" e não me refiro só àquele que ninguém deve temer
A mão que apedreja nem pra afagar mais tá servindo, Augusto dos Anjos
Daí você é um covarde mequetrefe porque não segue o fluxo "natural"
Ser contra os erros não é impor que saiam deles, mas somos inquisitores demais pra entender isso

Lutamos contra a mediocridade usando os meios medíocres de sempre
Andamos em círculos e achamos que um dia vamos decolar
Gritamos contra a injustiça e agimos injustamente todo o dia
Ao zombarmos daqueles que até mesmo nos admiram e até se inspiram em nós

(Depois quando estivermos na merda não vamos tentar achar um judas pra malhar, a não ser que nos botemos na corda voluntariamente)

Definitivamente preciso descolar uma Pasárgada pra levar meu amor e criar nossa prole por lá
Pois injustiça é não amar quem realmente me ama invés dos "justos" desse mundo
Que só machucam e tudo em nome da (in)justiça...

Ogiva Amar

50 anos depois ainda precisamos provar que as flores perfuram mais que os fuzis...

Uma tatuagem no braço ou em quaisquer outras partes do meu corpo
Seria tão pouco
Você se tatuou em meu coração e não farei transplante jamais
Minha paz é te ter ao meu lado
Abraçar-te no dia frio, esquentar mais que o sol
Só o nosso amor nos faz chegar até a essa fusão solar
Dentro de nós

Nesse mundo vemos pacifistas e pacificadores
E aqueles que gritam serem como os tais usando o lema "guerra na paz"
E nós com a Paz que excede todo entendimento em meio às guerras
Sabemos que os pacificadores morreram em cruzes e em arenas de leões
De mãos dadas aguardando o novo mundo do Príncipe da Paz
Nesse mundo e naquele não quero largar da tua mão jamais, meu bem

Marcas de um tempo, marcas de teu amor
Que me sustenta em meio as dores que cospem em minhas costas
Meu alívio e alento, massageando essa alma tão ferida pelas guerras dessa vida mortal
Eu tenho uma bomba e pretendo detonar
Acendo o pavio com esse poema esperando
Todo muro de pedra ao nosso redor detonar com a luz do nosso amar

Pré-Visões Má-Logradas

Disseram pra mim que os sonhos eram proibidos nessa cidade
Que eu deveria desistir de sonhar
Que pena pra esses que tantos de meus sonhos viraram verdade
E por isso tudo nunca vou parar de querer os realizar!

Tentaram fazer um dia o meu mapa astral
O mapa embaralhou-se no espaço sideral
O astrólogo confessou que se perdeu:
"Como você consegue ser tão cristão se as estrelas te encaminham pra ser um feroz ateu?"

Atestaram que eu não teria uma vida saudável jamais
Que meu corpo adoecido jamais me deixaria em paz
Ignoraram a força de vontade doada pelo Deus Supremo
Que me põe de pé até no dolorido mais extremo

De amor diziam que jamais teria eu algo de real
Que seria eu um trapo de nada pra bem, só para o mal
Mas que sensacional, encontrei o amor numa princesa de olhos de mel
Que só pode ter sido um presente do céu

Faltou para eles entenderem algo tão simples, celestial
Algo que muda a vida de todos que escutam esse Alguém especial
"Na fartura ou na fome, esteja eu como estiver, não esquece
TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE!"

(Escrito entre 19 e 20/03/2018)
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Me disseram que eu jamais seria
Inventaram que eu não saberia
Eu sou ele disse, então eu também sou

Espalharam que eu não poderia
Duvidaram que um dia eu chegaria
Eu posso ele disse então eu tudo posso

Concluíram que eu jamais teria
Bocejaram que não existiria
Eu tenho ele disse então eu tudo tenho
Eu sou ele disse então eu também sou
Eu posso ele disse então eu tudo posso

(Resgate - Pouco Importa)

Carta àquela a quem eu amo

Eu sei bem que errei muito nesse meu viver
E como ainda erro, meu Deus, me perdoa
Chutei muitas bolas fora do gol do amor
Pra tão longe de você, meu bem, minha querida

Eu fui tolo demais, confiei em paixões erradas
Olhei por tempo demais quem nada valia
Meus padrões foram distorcidos por meus instintos
Desnorteado sem a bússola do Céu dos céus

Um dia eu decidi parar de decidir por mim mesmo
Eu me decidi por deixar Deus decidir minhas decisões
E decidi descer até teus pés, amada minha
Nunca, eu te imploro, me deixa na poeira, deixe beijar teus pés e tudo o mais que seja você

Prefiro você às multidões de flores de um jardim com perfumes venenosos
Só tua fragrância, o cheiro de tua pele é que me importa, me fascina
Não vou deixar você sair fora de meus braços, nem que me arranquem eles de mim
Ainda assim quero estar colado e unido a ti, onde quer que você esteja

Lembre que sou um tolo falho e estúpido, sei bem
Mas sei ainda mais que em tudo isso não sei mais viver sem você