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sábado, 12 de agosto de 2017

Eu Poema (ou "Não-Eu-Lírico")


Minha vida, um poema de versos brancos negros sem rimas ou luz alguma pra apreciar minha feiura
de versos livres prisioneiros de uma nulidade de regras e normas as quais levem a alguma beleza rara
de estrofes longas tal qual o veio ribeirinho das lágrimas derramadas por minhas órbitas cansadas
de inexistência de musas e até eu-lírico, já que de mim pouco resta nesse fôlego de morte em vida

Kayleighs, Laylas, Carries e tantas outras musas embalaram meus ouvidos já moucos pra esperança
mas virei eu um homem-máquina operado pela razão de uma sociedade insensível insensata
Não obsedo nada mais, pois decerto não mais alguém me obsedia,
e o estúpido corretor do navegador da internet ignora a existência dos verbos da ação da obsessão
Até ele não entende o desejo de alguém desejar-nos e o quão torturante é essa falta
A falta do que nos completa, do que nos supre e suprimos, de quem Deus fez só pra mim e eu pra ela

O mal das bads
é que de bom nada tem
e nada de bem traz também

Mas a gente insiste que é uma belezura em alimentar o que de pior, o que de "mais mau" há em nós
até que no final só nos reste lamentar o tempo perdido das lamentações de não levantarmo-nos
e beijar os lábios da vida que nos quer bem e quer que nos queiramos também
Assim quem sabe sabe lá alguém daí venha e nos queira e nos beije nos lábios também

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