Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

O Tempo de Uma Vida

Se eu estiver vivo no dia em que Neil Gaiman partir dessa terra nossa
Decerto chorarei ao ver a Morte dos Perpétuos tomar a mão dele para o casamento final
Mas sempre a amaremos no fim das contas, sempre.

Não vale a pena valorizar o vale da morte que nos encobre num mar de lama
Me dói perceber que pra alguns mais vale os dedos em riste que as mãos estendidas
Quanto a mim, mil dias de conforto não valem nada ante um dia nos braços da Verdade

Pessoas colocam o nome de Deus nas maiores atrocidades inimagináveis que nós somos os culpados
O sabor de veneno não é tão doce como o dos lábios da menina que beijava o Arrigo Barnabé
Mas espero que a Morte dos Perpétuos faça sua visita conveniente para atormentar os blasfemadores

Nessas dores da vida eu peço a Deus pra que minhas mãos se prendam as daqueles que eu amo
Ainda que eu por muitas vezes pareça não amar é nada, e também seja um idiota completo
Só o amor que o Senhor me proporciona advindo da família e de minha amada me mantém de pé

Eu sou suspeito, mais que isso, réu confesso do desejo de querer viver pra sempre
Com você, meu bem, desafiar a dona Morte dos Perpétuos, e não cerrar os olhos pra vida
Quem sabe ensinar aos outros todos o poder da eternidade em paz que o amor verdadeiro traz

"Você viveu o que todo mundo vive... Uma vida. Nem mais. Nem menos. O tempo de uma vida".

- Morte dos Perpétuos, in Sandman 43, by Neil Gaiman.

Nenhum comentário:

Postar um comentário