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sexta-feira, 21 de junho de 2019

Taenarius


Em definitivo é difícil viver o que vivemos
O peso nos ombros da incompreensão
O caos ao redor do establishment
Os santos de carne e osso mais falsos que os de gesso e madeira
E suas imposições intestinais, legalismos tolos
Que não limpam nem a si mesmos, quanto mais poderia purificar um ser tão imundo como eu?
Disfarces não escondem nosso fedor, perfumes caros não escondem nossas pústulas
Por que seguir os paradigmas poderia me fazer algum bem?
Por que os concílios são incapazes de conciliar nossa limitada vida terrena propensa ao cair?

Meu coração fica no subterrâneo de mim
Na catacumba do meu ser minha alma sabe que não sou perfeito
E por isso mesmo me impede de fingir aos outros que o sou o que não sou
Aqui dentro implora: Seja o que És pra sempre
Seja a Luz que esse satélite timidamente refletirá
Em meio às trevas mais profundas do submundo, em meio ao cobertor sufocante do sistema mundano
Ouvirei pessoas gritarem junto comigo "Save me, You save me from myself..."
Pois desesperadamente imploramos àquele que se despiu de Sua Glória e assumiu a nossa vergonha
Para que nos arranque dessas vestes imundas e purifique nossa existência no Seu sacrossangue
E um dia como Ele sejamos transformados, nós que outrora como ele fomos desprezados
E jogados à margem, ao ostracismo, às feras, às fogueiras, degolamentos, abandono
Jogados no Taenarius, no Subterrâneo, no Underground

Não importa os que zombam, cospem, esculacham, apedrejam
Sabendo que uma coroa está a nos aguardar, isso vale mais, muito mais que os ganhos daqui
Os tapas nas costas não valem mais do que o abraço do Rei dos reis aos seus embaixadores
Onde quer que tenhamos ido em Seu Santo Nome

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