Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Não tenho título, ajude-me


Eu bebo essa água e sinto apenas o gosto de sabão
As vezes só percebo quantos andares eu tropecei quando meu rosto colide no térreo
Mas eu ainda vejo que tô vivo...
Eu ainda quero ajudar você a achar a porta... eu ainda quero que cê diga o que tá procurando

Disponível para o que
o gosto adstringente ainda rasga meu esôfago
Nada desce suavemente nem apetitosamente pro
meu paladar enrugado

Muito velho lambão
mamão vai lamber sabão
Sonhou ser São Jorge e casou com o dragão
fogo estranho e indesejado na lua-de-mel

Penso em leiloar a virgindade - afinal tá na moda e dá grana e fama, que mais poderia eu querer?
Então, quem estaria a fim de me comprar? Um falo falaria por mim uma fala falível
Além de ruim é pior
Mas não adianta riquezas fáceis em celeiros frágeis

Felicidade é algo que construímos, algo que divinamente apoiamos
nunca buscamos, pois que não encontramos, nós podemos fazer a alegria acontecer todo dia
Mesmo que o gosto venha ainda um tanto ensaboado
Escorregar pelo menos rumo ao sorriso mais belo, igual ao daquela menina, oh linda

Pequena travessura que me afasta do ser feliz
Sinto decepcionar, mas eia, eis que vou ante o horizonte
conhecer um tesouro inda mais belo que o do detrás do arco-íris
O paraíso é azul, o lugar que se chama de céu

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