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terça-feira, 8 de novembro de 2016

Adeus à Cerca das Ilusões

"Cavalos em Fuga", Norberto Duque
Quando meus glúons perdem seu contato, encaixe e colagem
e meus quarks e neutrinos se decomporem em traços invisíveis do quase nada
Meus mésons e elétrons se espatifarem e como pó ao vento forem espalhados por aí
Espero que sobre alguma marca de que eu passei por aqui além desse monte de versos a toa

Matéria morta tão qual a esperança de quem se foi sem a Paz que ultrapassa o entendimento
Tão vã quanto os esforços humanos e seus desgovernos os quais persistem e nos governar
O que os estados acham que fazem bem, posso como indivíduo fazer melhor
E não ser apenas estado, ser o ser, mesmo que não sendo Aquele que É o que É
Pois aí não seria mais eu, seria suicidar-me, luciferina apagando-se na cauda dos vagalumes

Os urubus invadem o mangue e eu estou preso na lama aguardando vivo seu devorar
Eles me colocam cargas, impostos, antolhos, cabrestos, planos econômicos,
partidarismos, ideologias, dogmas, doutrinas, etiquetas, confissões de fé, bulas papais,
governantes, chefes religiosos, limites amorosos, cheques sem fundo, bolsos furados

Haja ontem para tantos anteontens, e os amanhãs não nascerão nem hoje nem nunca mais
"I'm gonna break... I gonna break my... I gonna break MY RUSTY CAAAAGE
and RUN!"

Seria uma pena pra esse mundo de disfarçados à sombra da morte
Se eu me libertasse de uma pra sempre e ever correndo em busca do amor verdadeiro
Correndo pros seus braços, depositar minha colcha de retalhos para nos vestir em um só

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