Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Caminhos Ondulados

Desenho como aquarela meus versos perfumados do melhor gosto de fruta doce em teus ouvidos
Enquanto meus olhos deslizam em montanhas, em ondas mergulham e rebentam e abraçam
Encaracolam-se minhas vistas, minhas pistas e direções, caminhos em espiral
Rumo ao centro desse cachear, o seu coração

Eles disseram "pule" e o abismo disse "sim"
Ele não é a morte que todos afirmam, talvez apenas morra minha desesperança aí
No poço de vida e amores que desejo desbravar
Caminhando pelos montes e vales desses cachos, me perder e não mais voltar

Me livrar desse meu amigo íntimo e pentelho chamado tédio
Mandar ele procurar um alguém novo, bem distante, e nunca mais voltar, nem mandar lembranças
Cê num dá nem aviso, eu reviso minha própria ansiedade de cear contigo junto às velas acesas
Apagaremos as chamas da solidão num abraço seguido de um incendiário beijo?

Num país de ignorantes com Alzheimer precoce inserido pela sociedade e pela politicagem lixo
Eu não queria ser esquecido por você e mais ninguém nesse rodopio infinito, nesse olho de furacão
A ignorância inútil continua a me ignorar
E as pessoas caçam intimidades sem terem direito nem desejo de compromisso com ninguém

Eu quero me enrolar nos caminhos ondulados teus sem nunca mais desgrudar

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