Vozes não faladas, sinais jamais enviados, canções não compostas ou cantaroladas
Isolado na imensidão, solidão na multidão, surdez na sala de música
Amizades que não são amistosas, inimigos que nem sequer rivalizam-me ou confrontam-me
Papéis, fáceis de borrar, riscar, rasgar, amassar e jogar na lareira para serem combustível em brasa
Rascunho de versos, de ideias perdidas no buraco negro de minha mente fragmentada
Sou um astronauta, ou assim é meu sentimento aqui dentro
Quando tento perceber tudo que há dentro de mim e aqui fora, é isso que meus olhos veem:
Paralisado e vagando solto num lugar que ninguém me ouve, meu som não propaga por aqui
Nem dentro nem fora de mim
E quem daria ouvidos a esse asteroide errante?
Isolado como um fantasma esquecido no nada
Minha posição é em órbita caótica
Saio de um ponto pra outro sem razão
Escravo de uma gravidade entrópica
Por falta de quem valorize-me provei frutos estragados
Não sei se um dia irei me desviciar deles
De mim só sobrou meu passado cuspido
Não sobrou muito da minha nave explodida
Pessoas que achamos ser aquele alguém nos decepcionam
Estamos condenados aos sonhos inválidos
Não há saída desse espaço sideral vazio?
Espelho do meu coração, ou do seu
Almas jovens, novatas, corrompidas sem desejo de parar
O meu ciclo vicioso é minha falta de ar
Encerro aqui minha viagem
Sem saber se terei uma casa pra habitar, pra voltar ou ir
Desconhecendo os caminhos de uma base espacial, um amor que seja
Para servir de sol a me iluminar e aquecer
Ou
se
vou
ficar
pra
sempre
perdido
no
vácuo
até
meu
último
(suspiro...)
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