E eu querendo enforcar a Aurora e todas as outras ingratas
Meu amor, uma nota de um real rasgada e amassada
Minhas cáries em crise por falta de doce pra mastigar
Pessoas arrumando confusão por bobagens e ideais falidos
Sorrisos escandalosos, candura excitante, lacrimejam lamentos
Os enganadores lá estão preparando o conta-g
o
t
a
s
Espalhar o seu veneno
u
Amor, amora, amoral
Como estarão as salas de jantar?
Estarão lá como diria Janires, vazias, ou como cantava Os Mutantes, ocupadas em nascer e morrer?
Ou pior, será pavê ou "pacumê"?
Ao meu lado fones de ouvido ensurdecem o cotidiano e a natureza
Afogar os versos mal resolvidos no rio Capibaribe ou num copo de vinho, ou o que o dinheiro puder pagar de lapada pra virar
Tanto faz; o náufrago sempre virá a gritar:
- SOCORRO!
O sentir continua como espinho a cutucar... como criança maleducada enchendo nosso saco
E eu, que que eu faço?
Desfaço
Refaço
No paço dos palhaços eu perdi meus passos
A recombinação dos combos de socos e chutes que tomamos da vida e da morte diária
Não nos traz muitos caminhos à frente, marcham pra trás tocando a nota ré bemol
Há alguma esperança, Senhor Deus?
(Escrito entre 05 e 07 de maio de 2016)
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