Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Febre Assassina

Você é a saudade de quem?
Eu queria ser a sua
Para fazer dessa saudade um óbito
Envolvido em teus braços carinhosos

Minha preciosa ilusão de que existes realmente, interlocutora imaginária desses versos vãos
Desses versos que morrerão comigo e serão enterrados numa cova eternamente solitária
Só os vermes morarão do meu lado, mas tão somente para consumir minha carne estúpida
Eu juro que meu dia tá tão chato que eu gostaria de morrer um pouco só nessas ocasiões estapafúrdias

Mas juramento é uma burrice sem tamanho
Pior que tatuagem falando de amor, mas não do amor e sim de um desejo erótico que se acaba
na primeira ruga, pneuzinho, celulite, estria, cabelo branco ou outra borrada qualquer na carne fétida
Assim deixamos uns aos outros assim tão só

Meus olhos vermelhos cansados estão de chorar, igual aos do Roberto Carlos
Cansei demais de ser uma fera ferida no corpo, alma e coração
Tantas as quais passam como folhas secas do outono nesse verão infernal
Queria congelar a primavera mais gelado que o inverno, mas secaram minhas flores e sementes

Quando os decotes somem e as maquiagens borram
Quem é você de verdade?
Há verdade ainda para um mim tão sem mim?
Lamentarei forever and ever o meu provável fim

 "O amor é uma fogueira, é fogo que ateia a candeia do coração
É o sentimento mais profundo, mais bonito desse mundo... é o amor
Só o amor faz a gente ser feliz, só o amor nos faz olhar pra frente"
Mas o mundo anda tanto de marcha a ré... por que somos assim?

(Poema escrito entre 02 a 04/01/2017)

Nenhum comentário:

Postar um comentário