Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

sábado, 28 de novembro de 2015

Doce Rio


Praia de Rio Doce, Olinda, 1960

Lá entre a Carlos de Lima e a PE-001, tem um lugar
Tem um lugarzinho tão bom de se viver e de se ficar
La Belle de Jour saiu de Boa Viagem só pr'aqui passear
E sua beleza da tarde dos domingos azuis a nós desfilar

Nas suas novas orlas luminosas de pedras e chiés 
Às pracinhas que levam pra feira deslizam meus pés
Tapioca de todo tipo que rivalizam até as do Alto da Sé
E na feirinha toda feira, quinta ou sexta, um povo de fé

Segunda Etapa lá se vai a vista do estádio, bate bola
E um dos recortes do rio Doce que passa e embola
Desembocar no Canal das Tintas e o bairro repintar
Nas ruas de nomes de flores e pássaros à cantarolar

Terceira Etapa, já se chega no lugar que era puro rock
Polivalente som de guitarras e o adocicado belo toque
Depois um descansar ou exercitar o corpo e o pensar
Na Vila Olímpica o anoitecer é tão bão pra se meditar

E sobe, acima, a visão de prédios e altas ladeiras vê
A etapa quarta, tão grande quanto seus edifícios, crê
Tomara meu Deus que esse lugar não venha a perder
Aqueles sítios tão agradáveis de leite de cabra a se beber

E no final dessa jornada lá no terminal dessa estrada
Na etapa quinta, outro caldo de cana, na nossa chegada
Queria que esse meu viajar trouxesse você à tiracolo
Tomara que o que nos separa não te separe do meu lado nesse solo

Doce Rio, que tão belo fostes, na minha infância, e ainda o és
Não permitas que tanta sujeira continue a matar teus belos pés
Floresça e cresça como os teus corações-de-negro e jambeiros
Como queria desses frutos comermos juntos, meu anjo faceiro

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