Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Pensamentos de uma Cabeça Empalhada


Eu ouço os disparos e as comemorações dos carniceiros
(Aleluias)
Eu vejo as armas usadas para me abater na savana
(Faça ou fora!)
Eu cheiro aquela pólvora ainda queimando minha ex-pele
(Seu herege!)
Eu degusto meu sangue garganta afora expele

Bobagens no submundo do purgatório são cantadas nesse quarto
Aonde eu habito ao lado e entre outros pobres derrotados na batalha
Empalhados estamos e em vão apenas fixamos o olhar para nada
O Rei da Selva chegou em casa, com sua xícara de café amargo e sem açúcar
E os religiosos prepararam sua mesa com orações e rezas encomendadas
Para esse deus pequeno que eles chamam de Deus sem nem conhecer o Verdadeiro
Enfiem-no numa caixinha de música e num livrinho de regras
Ou come o que tem no menu do cardápio do restaurante institucional ou rua!

Pessoas procurando sinais do fim dos tempos
Enquanto deixam as outras se acabarem sós
O inferno é fogo, e alguns gostam de como pirofágicos com ele brincar
Não se esqueça de se esquecer de me convidar pra esse festival de lama
Prefiro descansar o que me resta de minha cabeça por aqui mesmo na parede que me penduraram
A ver se perco da recordação os torturadores do texto, contexto sob pretexto de lixo
Eles ainda estarão lá, com suas videocassetadas, ou radiocassetadas ou outras aos tolos sentados
Aprisionados em sua caçada de bruxas, demônios e do ouro no fim do arco-íris cinzento
Dogmas são o que importa, não sua opinião, ainda que seja uma dogmatização em vão
e sem nenhuma lógica ou motivo justo e concreto e certo
Só e somente só "meu modo de acreditar" e só

Agora (uaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhh) irei dormir
Boa noite, amém, fiquem na paz
(ou não, se não quiserem)

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