Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Ventania no Litoral de Olinda (Verão do Amor)


Muitas vozes, muita gente falando ao mesmo tempo
Mas nada do que dizem eu entendo ou capto, parecem não dizer nada
Nada com nada, coisa com coisa, falta alguma coisa apenas ou coisa alguma
Ouvir a Appalachian Melody de Mark Heard para acalmar meus ouvidos
Ou alguém que possa tocar um sax, um blues, um jazz ou algo assim para me fazer feliz

Sensações agradáveis advém daquela colina, ou será do outro lado dela?
Lá adiante das ladeiras de Olinda eu sinto um perfume suave inundando toda a cidade
Irradiando e fazendo mais ruído do que as buzinas do engarrafamento na Getúlio Vargas
Ou os blocos carnavalescos do Bairro Novo

Contra os seres que hipocritamente persistem em espremer santidades falsas nos outros
E as notícias que eu leio nos jornais e vejo na TV e internet só pioram os capítulos da novela diária
Fama virou a maior ambição que como sanguessuga devora nossos sonhos antigos e que nos formaram
O senso da realidade cada dia mais não faz o menor sentido, nonsense for me
A simplicidade infantil substituída por uma depravação enorme da moral e dos sentimentos

Eu só preciso de um pouco de água de lá das fontes de Aldeia
Eu só preciso que esse meu castelo não seja feito de areia
que tenha quartos suficientes para nós e nossos filhos
Meu bem querer, segredo sagrado e sacramentado nos corações meu, seu e do Filho de Deus

Eu insisto
Eu persisto
Eu resisto
Eu não desisto, pois isto só quem nunca quis de verdade é tolo de fazer

Divórcios, adultérios, abandono de crianças e animais
Mortes de protagonistas de filmes
Eu não consigo ver esses finais infelizes
Eu prefiro pensar em viver para sempre com você

Eu sei que esse pode não ser o "verão do amor"
Mas que custa torna-lo assim?

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