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domingo, 31 de janeiro de 2016

Além da Tempestade dos Dias






Ainda estou a procurar meu lugar nesse mundo, pois todos em geral me escantearam em qualquer lugar

Não é fácil se manter de pé em meio a tantas ondas violentas e correntezas incontroláveis
A altura da queda é de causar pânico quando não se tem um paraquedas ou uma proteção abaixo
O abismo é viciante e chamativo, mas só pula nele quem gosta de ver o sangue nos pés

Haverá um dia em que todos os credos apostólicos, todas as rezas e Pai Nossos
só valerão quando os que oraram entenderam e aprenderam eles invés de apenas os recitar repetidamente decorados
Haverá um dia em que todas as placas, denominações, vertentes e linhas teológicas
só serão uma, universal, indivisível, a que será um rio que emana direto de um Trono Superior
Haverá um dia, sim haverá
em que a palavra "religião" não será sinônimo de instituição, nem de divisões de corações soberbos
Haverá um dia em que ela voltará a significar "ponte de ligação" entre nós e o Eterno

Crer nessa vida em que se doar vale mais do que ter, do que obter, do que subverter e submeter
Não para curar carmas, não para conquistar nirvanas, salvações ou pagar nenhum preço de purgatório
Mas simplesmente pelo amor igual àquele do Rei que sem coroa humana se doou por completo
por quem jamais mereceu, desejou, almejou, lutou por isso, por quem nunca até então O amou

Quebrar preconceitos, conceitos, preceitos, auto-confianças, certezas "absolutas", religiosidades vãs
Não é fácil se manter de pé em meio a tantas pedradas, cuspidas, açoites, espancamentos de palavras
Ser todo dia chamado de louco, fora de si, esmagado por pecadores e por santos "até demais da conta"
Vale a pena, pensando bem
Eu sei em quem creio. Eu sei porque creio. Eu sei o quanto é importante continuar de pé
E ver outros nessa tempestade desejarem também se firmarem numa Rocha Inabalável.

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