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sábado, 4 de junho de 2016

A Borboleta que Jamais Voou (O Homem que Jamais Conheceu o Amor)

Paixões antigas, feridas abertas ou cicatrizes horrendas
Pra ser sincero não importa o que sejam, sei apenas que doem
São como queimaduras vivas que não se apaga o fogo
Os terrores desses desprezos são o que às minhas unhas roem

Sobrevivendo entre cacos e restos do que fui ou fingi ser
Desmotivos, dessorrisos, descaminhos, descalabros, assobios
E meu sopro é insuficiente pra alguém me salvar daqui
Desse poço da solidão eterna, dessa falta total dos teus lábios

As pessoas enchem de kkkkkkkkkkkkk, muitos sorrisos
Nenhum me voluntaria a acompanhá-los nesse tanto gargalhar
A cãibra nas minhas pernas evidencia meu cansaço geral
De persistir em correr, em buscar quem só faz de mim se afastar

A chuva é prenúncio de flores no jardim, seu perfume exala
E eu queria poder como borboleta voar até o néctar do puro amor
Mas fui desprovido desse dom, apenas rastejo como taturana
Até o dia em que os corvos virão para me devorar em meio a dor

Não acredito em metamorfoses nesse sistema tão insensível
Eu fiquei preso à ideia a qual irei como estátua ficar parado sem andar
Até que a erosão dos dias que violenta-me constantemente
Possa me devolver ao pó somente, ninguém lembrará de que quis amar...

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