Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Novum Lunae (Crepúsculo do Amor)

Eu queria te abraçar, mas não sei quem é você
Eu queria te beijar, mas desconheço sua pessoa
Eu queria te dar a mão e sairmos por aí a ver estrelas e sorrir, mas nem faço ideia de onde você tá
Eu queria te amar, mas o amor não aparece, pelo menos não o seu, pra valer a pena o meu

Meus versos são carregados de "nãos". Carregados que eu não quero mais carregar
Mas a vida insiste em amarrar nas minhas costas esse fardo maldito
Dias vão, dias vem, e eu cada dia mais desisto de mim, já que ninguém mais acredita dia após dia

Escuto Carl Orff e seu Carmina Burana, O Fortuna
Como a lua, a sorte de muitos é
Ora crescente, ora cheia, firme, ora minguando, ora desaparecida, apagada, inexistente
Em minha vida a sorte do amor é lua nova toda noite
Sem nenhuma estrela pra ao menos disfarçar a ausência do reflexo lunar em mim

Será que te verei um dia, rubra sorte?
Ou me serás pra sempre uma lenda irrealizável, uma utopia, uma quimera, sonho impossível
Quando a roda da fortuna celestial irá sorrir para mim algum amor verdadeiro?

Fortune rota volvitur;
descendo minoratus;
alter in altum tollitur;
nimis exaltatus
rex sedet in vertice,
caveat ruinam,
nam sub axe legimus
Hecubam reginam.

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