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quinta-feira, 2 de junho de 2016

Elegia aos Poemas dos Velhos Tempos (ou "Maldita Pós-Modernidade")

Eu não consigo mais dormir pro dia nascer feliz... meu veneno antimonotonia foi envenenado
Ninguém se importa mais se é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
Não me deixaram versos, nem adversos, nem reversos, só os perversos permanecem
Nenhuma dessas músicas de hoje tocam o meu coração nem fazem a revolução, não me saquearam
Só saquearam mesmo aquele grito de "me chama, Me Chama, ME CHAMA!"
A gente não quer só comida, queríamos diversão e arte,
só que picharam meu playground e minha pintura a óleo

Caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento, ninguém me lê, ninguém me escuta
Imagina lá querer me provar, querer ter a mim, querer me possuir, duvideodó
Queria estar no seu jardim para cuidar muito bem dele, mas os agrotóxicos e as pragas o consumiram
Decadence Avec Elegance... diariamente na TV, rádio, internet, pra todo lado dessas mídias
Não querem a mim como eu quero, não mais, pois o alguém que me desse segurança dançou

Quem me dera ao menos uma vez poder mais uma vez ter outra vez pra ter vez com você
Mas foi tempo perdido, não é mais cedo, o rock errou, nunca vou poder dizer assim pra você
que eu gosto tanto de você, não por preferir esconder e deixar subentendido
Mas por não haverá mais sub, infra, intra, extra, inter, co, sobre, super ou outro tipo de entendimento

Todos trocaram o amor por umas vaidades...
Tá que nada do que foi será do jeito que já foi um dia, mas ser o último romântico é triste
Principalmente quando se olha ao redor e as claras como a luz do sol e belas como a luz da lua
Não pretendem ser nem um pouco românticas, nem se perder na selva na aventura da vida

O maior abandonado continuará aqui no orfanato dos corações psicodélicos
E assim caminha a humanidade, com exagerados não por amores, apenas por invenções
Meu erro foi crer que estar ao lado dos exércitos da virada do século, da alvorada voraz
Alagados todos nós na favela da maré, ninguém vai ler esse poema e amar
Prevejo todos os leitores ignorando tantas referências de águas doces de se beber
Pois estão mais acostumados a se banhar no lamaçal dos, haja (sic) pra pouca censura:

____________________(Falsete): UAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!-------
¬¬
%%%%Novinha vai, novinha vem, senta aqui, senta, senta, senta ******
Meça***********Suas**********Palavras********Parça
Vai P
        o
          p
            o
              z
                u
                  d
                    a
                       vai descendo até o chão(            )
Chupa que é de grape, pois é o seu vizinho que quer comer meu c*elhinho!
%@$$!@%!@(*!@(&!#*(#¨!&*¨#!¨%@¨@!¨$@¨!@¨!@&&(**()*)@/?q´~=-=~]-=~`^{[^]=--"'


E assim... com passos de formiga e sem vontade, gritamos "CALCINHA EXOCET" e percebemos
que esse grito pornográfico não foi nem a metade do imoral que hoje nos alimentamos
Não há mais meninas venenos no nosso veraneio vascaína, nem Madames Satã ou Damas Xoc
Tudo isso ficou lá atrás, enterramos ele nesse momento com o que sobrou de nosso velho amor

R.I.P. Poesia Brasileira 1500-1999

Ou será que a palavra antiga ainda dará os ares por aí um dia?

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