Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Fora do Sistema vol. 2

A brevidade, a efemeridade, a areia da ampulheta me diz que estou dia a dia escoando como ela
Mas me parece mais justa que ser imortal em nossa vida injusta e pervertida se putrefazendo
Não existem escolhas, já que não sobraram opções, a morte é o que nos aguarda na esquina diária
O meu som de fundo está paralisado, surdo, chorando, quebrado, deserto, desafinado
A pornografia das bancas de revista se espalha por nossas casas, nossas mentes
Nudez, nudes, desnudados, não existe nenhuma pessoa mais que não absorvam essa defecação?

Fórmulas fatais para a carne, adeus criatividade, vamos tomar o suco reciclado do sangue velho
Há aqueles que quebram o tabu, e depois agem como abutres e urubus
Sobre os restos desse mundo falido, morto-vivo

Amizade, amor sem asas do Lorde Byron
Mundo lato sensu, vida stricto sensu
Minha bolha impenetrável, sufocante, imploro por explodir
Meu cálice de veneno, cicuta suave, minhas saudades de quando tudo não fazia sentido algum
Agora meus dias se resumem às certezas de que tudo faz sentido, só as incertezas são certas

Eu não quero mais viver esse sistema insano, longe eu quero caminhar mais perto
da loucura que é sabedoria, elogio a ela, tal qual Erasmo de Rotterdam
Me agarra e me joga ao lado de alguém que se agarre a mim e a esse vórtice da tolice salvadora
A cruz que escandaliza os escandalosos prazeres corruptos de cada dia entre os sábios desse mundo.

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