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sábado, 23 de janeiro de 2016

De volta ao velho pomar



Beleza, feiura, Duas-Caras, cara e coroa
A Bela pode também ser a Fera, e vice-versa
Jekkyl and Hyde, Sapo-Príncipe, um ogro cavalheiro
Tudo depende de seu ponto de vista
Ou de sua miopia, hipermetropia, astigmatismo, estrabismo, daltonismo
A visão engana muito, o espelho e o Photoshop também

Ainda caço aquela beleza que nem a aquarela pode pintar, nem a câmera fotográfica capturar
Aquela que vive num cantinho da alma descansando em seu quarto
Mas que acorda e desabrocha quando menos a gente espera ante nós
Com suas palavras verdadeiras, mansas, suaves e doces e seus atos de virtude
Procuro dentro de mim, procuro em você essa semente fértil
que só trará frutos com muita doçura para do seu suco sorver e se alimentar

Diz pra mim que existe em você um cantinho para esse pomar
Os outros não querem mais procurar, mas eu não sou de me entregar
Fora do Éden a gente ficou tão perdido, tão fora do lugar
Insanos fugimos da fé e procuramos abrigos em casas de telhados furados, não no nosso lar

Por que a gente continua sendo assim? Procurando belezas passageiras em cidades estrangeiras
Ignorando que a beleza eterna que outrora não sabíamos achar está do nosso lado
No abrir e descortinar da manhã, no sorrir das crianças no parquinho
no nascimento de uma nova vida, o choro da novidade no ar
Num beijo sincero do amor que quero por você pra sempre doar
Numa cruz vulgar em algum lugar que deixamos pra lá num livro a se empoeirar
Por que a gente é assim? Por quê?

Vamos
Mudar
Enquanto
Ainda
Temos
Respirar

Vamos voltar para o nosso pomar que nunca morreu, só ficou lá a nos esperar...

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