Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Morte Diária às Quatro e Vinte da Manhã



Christiane F. voltou, mais drogada e prostituída que nunca
A heroína dos dias atuais invés de salvar te manda pro inferno de Kurt Cobain
Meus amigos receberam um beijo da overdose, outros, o abraço da arma do traficante
Desconectado da vida desconexa em busca de um algo pra se ligar
Desligando a mente somente nas mentiras de uma viagem sem volta nem rumo

Queria estar limpo de novo, mas a mente suja sugere mais uma dose desse veneno
Meus heróis beberam sua kryptonita e foram conhecer um novo, porém não bom, mundo
Imundo alienígena que te ilude com uma viagem em seu disco voador
A dor voa e cruza os céus em psicodélica chuva ácida a corroer meu pensamento
Liberdade dentro da cabeça prisioneira de seu vácuo, sua oficina do diabo

420 miligramas de esperanças frustradas, alguns ml de etílica depressão
Parece natural, uma saída fácil, um escape, um "cala a boca" na sociedade
E sua boca acaba sendo calada pela larica, pela ressaca, pela abstinência
Algemados nós corremos sem freio para nadar com os tubarões desfiladeiro abaixo
"Esse poema é tão retrógrado, só pode ser coisa de crentelho babaca"

O raio da esquizofrenia cai e deixa sua marca, sua cicatriz, em meu rosto sofrido
1913-1938-197?, até onde vai essa loucura tão insólita, garoto insano?
Se alimenta com seus olhos de lixo tóxico, em suas veias fluidos de morte
The Walking Dead com zumbis criados pelo consumo que consumiu seus miolos
Estão a correr atrás de cada um de nós para nos devorar também

O sangue verde do demônio corre nas veias dos parasitas da sociedade
É o Ragnarok, a morte de todos os humanos que supostamente se deificaram
O sinal vermelho de alerta e a ceifadora chamada morte veio te buscar
E quiçá esse poema torne-se seu epitáfio infeliz e cruel
De um desperdício jogado pela janela por uma morte diária às quatro e vinte





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