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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Chuva Levada

 
Chuvarada desce
Ranca todo toco, toda réstia e moléstia incontida nesse chão
Prepara um lugarzin pra meu jardim, horta e pomar
Para te encher de flores, nutrir de verduras e adocicar de frutas

Resgatar meu velho castelo
Deixando pra trás os cegos que lá se perderam
E aquele solitário trono que ninguém quer assentar-se
Continua aqui do meu lado
Apodrecendo sozinho, assentado apenas pelo mofo e pelo bolor

Meus pesares ao meus sentimentos
Os ressentimentos venceram a guerra e assassinaram a todos vocês
O assentamento do recém nascido amor Eros
Foi interrompido pela notícia ensandecida de seu precoce falecimento
Aborto vivo morto

Ainda há quem nesse reino falido e fadado ao enfado
Se apegue mais aos pingos nos "Is"
Enquanto o maior dos erros como um câncer em metástase continua a nos devorar:
O desamor, o desprezo, as insanas escolhas de quem não sabe viver

Agora vejo em parte, mas não querem que o Perfeito venha
Dentro dos corações enganados enganosos de nossa existência
Revelando como água pura, limpando como chuvarada
A moléstia mais cruel e assassina:
O orgulho e a tolice de se orgulhar de nada ter de verdade

Quem sabe essa tempestade que bate lá fora, como chuva de verão
Apenas seja o prelúdio de um novo chão, pronto pro sol sorrir de novo
Para a luz rebrilhar nos nossos corações, quiçá
E refletir nos nossos olhos um caminho novo só pra nós
Nós que ninguém poderá mais romper
Nem as mais insanas e absurdas tormentas da vida
"Mar, aquieta-te, ventos e chuva, cessem!"

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